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 O Paracetamol

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Daniel G. Ribeiro
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Data de inscrição : 06/05/2008

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MensagemAssunto: O Paracetamol   O Paracetamol Icon_minipostedTer maio 06, 2008 5:27 pm

O Paracetamol

Paracetamol ou acetaminofeno é um fármaco com propriedades analgésicas, mas sem propriedades antiinflamatórias clinicamente significativas. Atua por inibição da síntese das prostaglandinas, mediadores celulares responsáveis pelo aparecimento da dor. Esta substância tem também efeitos antipiréticos. É utilizado nas seguintes formas de apresentação: cápsulas, comprimidos, gotas, xaropes e injectáveis. Actualmente é um dos analgésicos mais utilizados por ser bastante seguro e não interagir com a maioria dos medicamentos.

Faz parte da composição de uma série de medicamentos usados contra a constipação comum e gripe. As doses recomendadas são bastante seguras, mas o seu baixo preço e a sua grande facilidade de aquisição pelos doentes têm provocado o aparecimento de alguns casos de sobredosagem, embora em pequeno número. Nas doses indicadas, o paracetamol não afecta a mucosa gástrica, não altera a coagulação sanguínea e não ataca os rins.

Difere dos analgésicos opióides, porque não provoca euforia nem altera o estado de humor do doente. Da mesma forma que os antiinflamatórios não-esteróides (AINEs), não causa problemas de dependência, tolerância e síndrome de abstinência.

A origem das palavras acetaminofeno e paracetamol tem a ver com a nomenclatura usada em química orgânica: N-acetil-para-aminofenol e para-acetil-aminofenol.

Desde 1993, a IUPAC recomenda para este composto o nome sistemático N-(4-hidroxifenil)etanamida.


Síntese da molécula

A reacção do p-aminofenol com anidrido acético produz a acetilização do primeiro, obtendo-se como produtos da reacção o paracetamol e o ácido acético.


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Mecanismo

Durante muito tempo, acreditou-se que o mecanismo de acção do paracetamol era similar ao do ácido acetilsalicílico (AAS), ou seja, actuava reduzindo a síntese das prostaglandinas, compostos relacionados com os processos febris e da dor, inibindo a ciclooxigenase (COX).

Todavia, há diferenças importantes entre os efeitos do ácido acetilsalicílico e o paracetamol. As prostaglandinas participam nos processos inflamatórios, mas o paracetamol não apresenta actividade antiinflamatória digna de registro. Além disso, a COX também participa na síntese de tromboxanos que favorecem a coagulação do sangue; o AAS tem efeitos anticoagulantes, mas o paracetamol não. Finalmente o AAS e outros AINEs são prejudiciais para a mucosa gástrica, onde as prostaglandinas desempenham um papel de protecção. Neste caso o paracetamol é bastante seguro.

Enquanto o AAS actua como inibidor irreversível da COX e bloqueia directamente o centro activo da enzima, o paracetamol bloqueia indirectamente e este bloqueio é inútil na presença de peróxidos. Isto poder-se-ia explicar porque o paracetamol é eficaz no sistema nervoso central e nas células endoteliais, mas não actua sobre as plaquetas e células do sistema imunológico, porque possuem altos níveis de peróxidos.

Swierkosz et al. (2002) encontrou evidências de que o paracetamol inibe uma variante da enzima COX, que é diferente das variantes COX-1 e COX-2, denominada agora de Cox-3. Seu mecanismo exato de acção ainda não é totalmente conhecido em todos os seus detalhes.

Metabolismo

O paracetamol é metabolizado principalmente no fígado, local onde grande quantidade desta substância converte-se em compostos inactivos, por formação de sulfatos e glicuronídeo, sendo posteriormente excretado pelos rins. Somente uma pequena parte é metabolizada pelo sistema enzimático do citocromo P-450 no fígado.

Os efeitos hepatotóxicos do paracetamol são devidos a um metabolito alquilado menor (a imina N-acetil-p-benzoquinona) e não ao próprio paracetamol ou alguns dos seus metabolitos principais. Este metabolito tóxico reage com grupos sulfidrilos. Em doses normais, é neutralizado rapidamente, combinando-se irreversivelmente com o grupo sulfidrilo do glutatião para produzir um composto não tóxico que é excretado pelos rins.

Toxicidade

O paracetamol tem um índice terapêutico muito ajustado. Isto significa que a dose normal é próxima da dose em que se considera haver sobredosagem, tornando-o um fármaco relativamente perigoso.[11] Uma única dose de paracetamol de dez gramas ou doses continuadas de cinco gramas/dia em um não consumidor de bebida alcoólica com boa saúde, ou quatro gramas/dia num consumidor habitual de álcool, pode causar danos significativos no fígado. Sem um tratamento adequado, no momento oportuno, a sobredosagem de paracetamol pode originar uma falência hepática seguida de morte em poucos dias.Em virtude da fácil aquisição, sem receita médica, o paracetamol é utilizado em muitas tentativas de suicídio.

O paracetamol não deve ser tomado quando se consome bebidas alcoólicas, visto que o fígado, quando está a metabolizar o álcool, não pode metabolizar simultaneamente o paracetamol, aumentando, portanto, o risco de hepatotoxicidade. Se usado de uma forma adequada esta substância é um dos tratamentos mais seguros em analgesia. O composto não tem efeitos sobre o sistema da ciclooxigenase, portanto, não tem efeitos negativos sobre o esófago, estômago, intestino delgado ou intestino grosso, ao contrário dos AINEs. Além disso, os doentes com problemas renais podem tomar o paracetamol, enquanto que os AINEs podem provocar insuficiência renal aguda em certos pacientes. Sem contar que o paracetamol não tem o problema da interacção com a maioria dos outros medicamentos.

A potência do analgésico é equivalente, quando não há inflamação, à dos AINEs, sempre que a dose de paracetamol seja a adequada. Um grama diário de paracetamol tem um efeito analgésico equivalente ao dos AINEs, por exemplo, na osteoartrite. Quando administra-se concomitantemente duas vezes ao dia, 50 mg de amitriptilina (antidepressivo tricíclico), esta associação é tão eficaz como a associação de paracetamol e codeína, mas não há perda de efeito com o decorrer do tempo, como ocorre com a administração crónica de narcóticos. Uma das grandes diferenças entre o ácido acetilsalicílico e o paracetamol é que com este último não existe o risco de aparecimento da síndrome de Reye em crianças afectadas por doenças virais. Este conjunto de factores fizeram do paracetamol o analgésico de eleição para doentes hospitalizados com problemas de dor suave a moderada. É também o analgésico mais utilizado em ambulatórios.


Retirado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Paracetamol
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